Sentado à varanda
Ele alisa a barba branca
Esperando o entardecer
E o crepúsculo vespertino
Vê seus olhos de menino
Chorando prá viver
Contempla o canto dos motores
E no peito sente dores
Abafando o seu dizer
E este homem solitário
Após uma vida de trabalho
Frente à si mesmo vê:
Que nada há mais e a alma pede paz
E que a cria devorou o seu criador
E ali se contorce o último homem do planeta solidão
Só resta o canto dos motores
E a tecnologia vence a civilização
E este homem sou eu
Eu sou o último exemplar
Frente à destruição
Eu sou um raríssimo exemplar frente à destruição